A pandemia mundial de Covid-19 acentuou a importância de itens presentes no cotidiano de todos, mas que podem ser negligenciados, devido à sua trivialidade. À medida em que se discute a flexibilização das medidas de isolamento e caminha-se para a reabertura de diversas instituições, cresce a preocupação com relação à questão da limpeza.
Manter os ambientes e objetos dentro dos padrões de biossegurança depende da higiene de maneira global; em geral, é preciso garantir que todas as superfícies – em especial aquelas sujeitas a contato constante – sejam limpas e desinfetadas corretamente e com frequência. Tais ações são capazes de eliminar das superfícies 99,999% dos germes, bactérias e vírus (como o da Covid), reduzindo-os a níveis não patogênicos.
Qual desinfetante usar?
Antes de tudo, a seleção do desinfetante está diretamente ligada aos equipamentos e métodos usados na limpeza, bem como às características das superfícies a serem desinfetadas. É fundamental também considerar que, sempre antes de desinfetar, é preciso fazer a limpeza com detergente. “É preciso ainda se certificar de utilizar somente produtos regulamentados pela Anvisa”, lembra Filipe Lourenço, membro da Câmara de Prestadores de Serviços da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp). “Por fim, é recomendado contar com um responsável técnico para a criação dos protocolos e acompanhamento dos serviços realizados”, completa o especialista.
As opções mais comuns de desinfetantes são o álcool a 70% (etílico e isopropílico), hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio, ácido peracético e quaternários de amônio. Cada produto tem suas vantagens e desvantagens, sendo que o ideal é que a escolha do desinfetante a ser utilizado seja feita por um profissional capacitado. Existem ainda os desinfetantes orgânicos, à base compostos naturais, que são atóxicos; alguns já possuem processos avançados de certificação junto à Anvisa.
Mecanização e Novas Tecnologias
Na escolha entre a mão de obra humana ou o trabalho das máquinas, Filipe Lourenço destaca que “os métodos manuais são a primeira escolha para desinfetar superfícies”. Lourenço ratifica ainda que “um processo não substitui o outro, mas, para combater patógenos aéreos e desinfetar grandes áreas que requerem rápida reentrada, a mecanização e a tecnologia são os complementos ideais”.
A nebulização tem se mostrado um método mecânico eficiente, que atinge uma ampla gama de superfícies e permite o tratamento de grandes áreas em curto espaço de tempo. Os equipamentos mais utilizados para esse processo são os Pulverizadores, os Atomizadores e os Nebulizadores Elétricos a Frio (NAF), explica Marcelo Lages, membro da Câmara de Fabricantes e Importadores de Máquinas.
Além da mecanização, as inovações nos serviços de limpeza também são impulsionadas por tecnologia de ponta. São empregados softwares, ferramentas ligadas à Internet das Coisas (IoT), recursos com localização por GPS, equipamentos autônomos e co-bots (robôs que trabalham em parceria com seres humanos). Há ainda softwares que permitem mensurar a produtividade e até mesmo o consumo de produtos por usuário, além de sistemas de automação para funcionamento de equipamentos à distância via wi-fi.
Além disso, têm sido adotados com sucesso equipamentos autônomos de vaporização, sistemas de desinfecção de ar com filtros de alta performance, robôs que limpam janelas e azulejos, e sistemas de vácuo autônomos. Tais processos e equipamentos simplificam operações e aumentam a produtividade, reduzindo custos.
Desta forma, fica claro que inovação e tecnologia ocupam cada vez mais espaço no setor da Limpeza Profissional, cumprindo a tarefa de melhorar o desempenho, otimizar custos e reduzir impactos ambientais. De acordo com Filipe Lourenço, “O mercado de Limpeza Profissional exerce um papel fundamental na biossegurança de todos os ambientes com os quais convivemos e deve buscar, independente do contexto de pandemia, a constante atualização dos processos, produtos e tecnologias aplicadas”.
Fonte: Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (ABRALIMP).